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  • rafaelguarda

Processos de Esterilização mais Seguros: Conheça o Air Detector

Quando o assunto é esterilização de produtos para saúde, a ABNT NBR ISO 17665-1:2010 estabelece os requisitos para o desenvolvimento, validação e controle de rotina nesses processos. A norma aborda, inclusive, um dispositivo projetado para detectar a presença de Gás Não Condensável (GNC) em câmara de esterilização. Que dispositivo seria esse?


A pergunta pode parecer estranha a você em um primeiro momento. Contudo, apesar de a norma brasileira já citar esse dispositivo, no Brasil isso era algo ainda desconhecido até pouco tempo. Foi a Cisa que mudou esse cenário. E é essa história que queremos contar aqui para você.


Um tema de mestrado, uma inovação

Sandoval Barbosa Rodrigues, Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Cisa, é o nome por trás do dispositivo da Cisa que chamamos de Air Detector. A inovação foi fruto de uma pesquisa de mestrado, na qual o profissional estudou o efeito dos gases não condensáveis (GNC) no processo de esterilização a vapor.

Para fins de alinhamento, são chamados de GNC aqueles gases que não podem ser liquefeitos por compressão, ou seja, não podem voltar a ser líquido na faixa de condições de temperatura e pressão utilizadas durante o processo de esterilização por vapor saturado. Assim, esses gases, na sua maioria oxigênio, dióxido de carbono e nitrogênio (que também compõe o ar atmosférico), podem impactar negativamente na esterilização de materiais na autoclave.


Tudo isso é baseado na literatura, sendo que a EN 285 (2016) especifica a qualidade do vapor saturado. A regra é simples: nas palavras de Sandoval, “se não tivermos qualidade no vapor saturado (que é o próprio agente esterilizante que utilizamos no processo de esterilização), não teremos esterilização”.


Para entender melhor, de acordo com a norma, para cada 100 ml de gás condensado, 3,5 ml (ou 3,5%) é o limite definido para os GNC. Acima disso, pode-se ter risco no processo de esterilização. Este critério foi determinado na norma após experimentos de um detector de ar em 1960.


“O perigo relacionado aos GNCs tem sido subestimado”, explica Sandoval, que ficou surpreso quando, durante sua pesquisa, encontrou na literatura a informação de que os melhores indicadores químicos e biológicos do mercado não sinalizam a presença de um teor de GNC de até 10%, enquanto outras literaturas afirmavam que 1% poderia prejudicar a esterilização em materiais porosos ou com lúmens. O gerente de pesquisa e desenvolvimento acendeu o alerta vermelho e foi atrás da resposta à pergunta:   

Como conseguimos detectar a presença de GNC nas autoclaves a vapor?


Importante ressaltar que são várias as formas de prevenção contra GNC, como por exemplo, calibração e manutenção preventiva das autoclaves. Todavia, se o equipamento possuir um detector de ar o processo fica mais seguro.

Vale lembrar que, de acordo com a ABNT NBR ISSO 17665-2 (2013), as diferenças entre a temperatura de controle do ponto de referência e a temperatura teórica calculada a partir da pressão da câmara podem não ser adequadas para detectar os pequenos volumes de ar e impedir a penetração de vapor. 

Lembra da norma ABNT NBR ISO 17665-1:2010 citada no início? Ela prevê o uso de um aparelho integrado à Autoclave para detecção do ar que prejudicará a esterilização de materiais, certo? Pois bem, durante os mais de mil ciclos de esterilização realizados no laboratório da Cisa, e baseando-se em cálculos da literatura, Sandoval desenvolveu o Air Detector.

O que é o Air Detector?


O Air Detector é um dispositivo que opera durante o ciclo de esterilização e que fornece garantia de que um excesso de ar (e/ou gases não condensáveis) não permanece no final da fase de remoção de ar em quantidades que afetarão o processo de esterilização.

Via de regra, as autoclaves de modo geral já fazem uma detecção de GNC a partir de um determinado nível. Contudo, Sandoval explica que o Air Detector da Cisa detecta pequenos volumes de GNC, pois calcula a diferença de letalidade microbiana entre o controle de temperatura principal e o detector que possui uma impedância à remoção de ar e penetração de vapor definidas para o processo.

De acordo com parâmetros estabelecidos por ciclo, gases não condensáveis residuais da câmara que podem afetar a esterilização são identificados. Quando isso acontece, o Air Detector, por estar integrado à autoclave, cancela automaticamente o ciclo de esterilização, ou seja, não libera a porta do lado de descarga, exigindo, com isso, o reinício do processo e tornando-o mais seguro. Além desta segurança, o dispositivo promove produtividade e economia de utilidades, pois a falha é detectada já no início da fase de esterilização. Assim, energia e água que seriam consumidas até o final do ciclo são economizadas.

Outro importante diferencial do detector de gases é que, diferente do teste Bowie&Dick que monitora apenas o primeiro ciclo do dia, o detector monitora cada ciclo de esterilização. Isso é muito importante porque durante o dia eventos adversos podem apresentar riscos ao processo de esterilização.


Para comprovar a eficiência do dispositivo, Sandoval conta que além do estudo de dois anos no laboratório da Cisa, o Air Detector foi integrado à autoclave a vapor do Hospital Dona Helena, localizado em Joinville (SC). O hospital passou a ser o primeiro no Brasil a possuir uma Autoclave com esse sistema.


Air Detector: depoimento

Suelen Schtiguel Serpa, Enfermeira da CME do Hospital Dona Helena, conta que quando a equipe da CME entendeu que qualquer bolha de ar seria um empecilho para se obter um material 100% estéril, os profissionais da central comemoraram a instalação do Air Detector.

Segunda ela, a implantação do dispositivo foi tranquila. “A equipe Cisa esteve sempre nos mostrando os resultados, como funcionava e o que nós poderíamos fazer para melhorar os nossos processos. O resultado foi perfeito”, conta Suelen.



Importante ressaltar que o Air Detector foi projetado para esterilizadores com processo de esterilização por vapor saturado.


Maiores Informações: www.cisabrasile.com.br

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